(Um Testemunho de Luz e
Renovação Consciencial)
Enquanto eu trabalhava na correção de alguns
textos, surgiu um espírito aqui no ambiente e me disse que estava incumbido por
outros de narrar o seu caso, como uma espécie de testemunho sadio.
Educadamente, pelas vias telepáticas, ele me perguntou se eu estava disponível
para grafar o seu recado.
Então, parei o que estava fazendo e sentei-me em
frente ao note-book para registrar a narrativa dele. Os escritos abaixo são o
registro disso.
* * *
"Vivi tudo o que eu quis. Tive muito poder
e dinheiro.
Mas me afundei na lama de minha arrogância.
Hoje eu vejo o quanto podia ter feito de bom, e
não fiz.
Fiquei enredado na ilusão de que podia fazer o
que bem entendesse.
Ter dinheiro era bom, mas eu não soube trabalhar
direito com isso.
E o poder me cegou. Eu não conseguia ver nada
além dos meus interesses imediatos.
Fiz muitas pessoas chorarem. Era odiado, mas não
me importava com o que diziam. Considerava os outros como seres menores e
inconvenientes.
Hoje vejo que eu era o inconveniente. Era
medíocre e arrogante. Pequeno era eu!
Coloquei a máscara do poder e me fiz de
reizinho. Mas eu era um safado de marca maior! Falar isso dói, mas é
necessário. Eu não valia nada! Mas disfarçava bem...
Até que a morte me arrebatou subitamente do
corpo, e eu me vi nu, diante da verdade.
Desvestido da matéria, eu era só podridão. Nem
eu me agüentava, de tão horrível.
Vaguei nas trevas de minhas próprias ilusões,
criadas por minha mente terrível.
Flutuei à deriva, sem conseguir olhar para o que
me tornara.
Eu tinha vergonha de ser visto. Por isso me
isolei de tudo, perdido em meu próprio abismo. Fiquei muito tempo assim,
remoendo as emoções e lambendo as feridas; chorei muito.
Não culpei a ninguém, pois eu sabia o que tinha
feito; minha raiva era comigo mesmo. Preferia ficar naquele lugar tenebroso, do
que ser visto daquele jeito!
O infortúnio era meu. A queda era minha. E eu
estava horroroso!
Eu parecia um animal e vivia como tal. Do antigo
luxo, só restou o meu cheiro fétido.
Mesmo assim, alguns seres luminosos me visitavam
no meu estranho burgo escuro. Eles me convidavam para ir com eles, mas eu os
repudiava veementemente!
No fundo, eu queria ir, mas sentia imensa
vergonha. Por isso gritava com eles.
Vez por outra, eles sempre voltavam. E, com
imensa paciência, tentavam falar comigo.
E eu continuava na revolta, cada vez mais
irritadiço e sujo, miserável mesmo.
Eu, que antes me vestia luxuosamente, agora
andava em andrajos e estava cheio de feridas.
Eu, que gostava de ser bajulado e aclamado,
agora estava reduzido a farrapos. Ali, no abismo criado pelas minhas culpas, eu
quase enlouqueci.
Mas os seres de luz não tinham me esquecido. Só
estavam esperando uma chance... Sem que eu percebesse como ela havia se
iniciado, escutei uma música maravilhosa. Fiquei encantado. Nunca havia ouvido
nada igual. Era emocionante!
Saí do meu burgo e fui atrás da origem dela.
Nada mais me interessava, só ela.
E os seres de luz me disseram: ‘Venha com o
nosso grupo. Vamos para a música que cura!’
Eu fui com eles e encontrei outra realidade.
Eles me ensinaram a encontrar paz na música. Com o tempo, melhorei muito. Sou o
mesmo, mas com outra perspectiva da vida.
Ainda sofro alguns efeitos de minhas sandices de
outrora, mas agora sei administrá-las. Não fujo mais, enfrento o que sou! Ou
melhor, o que fui e o que fiz; não me escondo mais.
Não sou demônio nem pretendo virar anjo; sou eu
mesmo, tentando acertar de outro jeito. Sei que errei muito, e talvez alguns
nem me perdoem. Mas vou acertar as coisas!
Não peço crédito a ninguém; só peço paciência. E
compreendo os que não me perdoam. Eles foram machucados demais. Mas não tenho
como mudar o passado.
Só posso mudar o meu presente, a todo instante.
Para melhorar à frente...
Os seres de luz me ensinaram a não carregar
culpas, pois elas bloqueiam qualquer cura.
Aprendi com eles a extrair lições dos erros,
para me recuperar e seguir em frente... Ainda preciso aprender um monte de
outras coisas, mas a minha velha arrogância se foi.
Não posso dizer que sou outro, pois ainda
carrego várias mazelas, mas estou melhorando. E agradeço aos seres de luz que
me apoiaram, sem julgamento algum. E aquela música...
Foram eles que me pediram para vir até aqui
contar um pouco da minha história.
Segundo eles, você repassa informações
espirituais para os homens da Terra.
E, quando cheguei aqui, você estava ouvindo uma
música*. Só isso já me emocionou muito. E que música! Feliz de quem pode
apreciar tal maravilha. Que riqueza!
Agora que cumpri minha tarefa, é hora de ir
embora. Fique com a música."
* * *
Casos como esse, servem para esclarecer as
condições extrafísicas após o descarte definitivo do corpo denso. Também
evidenciam que a mente é capaz de plasmar realidades alternativas em volta de
cada ser, sempre refletindo tudo aquilo que está no íntimo da própria pessoa.
Por isso os amparadores extrafísicos** organizam
a passagem de informações para o plano físico. O objetivo é esclarecer e
demonstrar que sempre é possível se renovar e quebrar paradigmas desgastados e
ganhar novo brilho diante da vida, seja em que plano de manifestação for.
Na Terra, ou no Astral, precisamos ser felizes.
Como dizem os espíritos da Companhia do Amor***,
"todo tempo é tempo de crescer!"
Paz e Luz.
- Wagner Borges -
(Texto extraído do livro "Companhia do Amor
- A Turma dos Poetas em Flor - II" - Edição Independente - 2006.)
- Notas:
* O CD que eu estava
ouvindo era o "Walking in Harmony", lindo trabalho instrumental do
músico new age inglês Brian Carter - Gravadora Word Music - England
(importado). Esse trabalho é uma viagem sonora cheia de teclados e solos de
guitarra muito inspirados.
** Amparadores
Extrafísicos - mentores espirituais; guardiões astrais; guias espirituais;
seres de luz; aliados extrafísicos; benfeitores extrafísicos; protetores
astrais; auxiliares invisíveis.
*** A Companhia do Amor
é um grupo de cronistas, poetas e escritores brasileiros desencarnados que me
passam textos e mensagens espirituais há vários anos. Em sua grande maioria,
são poetas e muito bem humorados. Segundo eles, os seus escritos são para
mostrar que os espíritos não são nuvenzinhas ou luzinhas piscando em um plano
espiritual inefável. Eles querem mostrar que continuam sendo pessoas comuns,
apenas vivendo em outros planos, sem carregar o corpo denso. Querem que as
pessoas encarnadas saibam que não existe apenas vida após a morte, mas, também,
muita alegria e amor. Os seus textos são simples e diretos, buscando o coração
do leitor.
Para mais detalhes sobre
o trabalho dessa turma maravilhosa, ver os livros "Companhia do Amor - A
Turma dos Poetas em Flor - Volumes 1 e 2" - Edição independente - Wagner
Borges -, e sua coluna no site do IPPB (que é uma das seções mais visitadas no
site): www.ippb.org.br.
Para ver vídeos e ouvir áudios do Wagner Borges, acesse o Canal Sol do Everest no link:www.youtube.com/soldoeverest
Para acessar o site do I.P.P.B (Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas): www.ippb.org.br
Para acessar o site do I.P.P.B (Instituto de Pesquisas Projeciológicas e Bioenergéticas): www.ippb.org.br