Divaldo Pereira Franco - Paradoxos da Vida (Recebido espiritualmente pelo espírito Lourival Perri Chefally)
Fenômeno curioso, credor da atenção dos estudiosos do assunto,
este que diz respeito ao comportamento dos vivos em relação
aos mortos.
Observando a vida do ponto de vista eterno, da
sua origem, da sua realidade, do seu destino, esta faz-se legítima no seu
estado natural, primitivo, portanto, espiritual.
Assim, se os Espíritos, na sua condição
normal, desenfaixados da matéria são, em realidade, os vivos, enquanto que
no período durante o qual se movimentam no corpo somático são, realmente,
os mortos.
Na primeira fase, a perene, as faculdades são
lúcidas, as capacidades amplas; na segunda, o embotamento da memória, a
dificuldade do raciocínio, os limites da ação tornam-se-lhe uma estreita e
agônica faixa de expressão da própria realidade.
Referimo-nos, certamente ao biótipo espiritual
mediano, já que nos extremos do comportamento evolutivo os quadros se alteram,
embora permaneçam as raízes do a que nos reportamos.
É uma atitude quase paradoxal, portanto,
quando os mortos da Terra solicitam aos vivos da Espiritualidade que lhes
prologuem as existências corporais, sem dar-se conta dos riscos a que estão
expostos, considerando-se que a vida física é um campo de batalha onde se
travam as lutas da evolução e nas quais o número de fracassos é assustador. O
término de uma dessas etapas, quando vivida com a proficiência que é de
esperar-se, constitui uma grande vitória, razão de júbilo, ao mesmo tempo em
que representa superação de perigos que já não prejudicarão aquele que se deixa
na retaguarda.
É certo que para os comprometidos com o erro,
o prolongamento enseja oportunidade nova, sem embargo, difícil de aproveitada,
face às amarras que os retém na insensatez, da qual raramente conseguem
triunfar.
Quando alguém segue à reencarnação, os seus
afetos espirituais sentem-lhe a partida e preocupam-se com inumeráveis fatores
que irão contribuir para o êxito da realização, desde os equipamentos orgânicos
até as circunstâncias que se lhe apresentarão durante toda a vilegiatura.
Às vezes, a emoção do viajante quanto a dos
residentes se exterioriza em lágrimas de saudades e de preocupação, formando um
conjunto de sentimentos díspares que se externam na compreensão da necessidade
do renascimento, e, ao mesmo tempo, na expectativa dos resultados ante os
riscos a enfrentar. Este episódio, pelas suas características, é um fenômeno
de morte.
Concluído a etapa, quando o reencarnado está prestes
a retornar, a notícia se espraia entre aqueles que o aguardam, são realizados
preparativos concernentes à sua recepção e todo um esforço é desenvolvido para
atendê-lo, a partir do momento da desencarnação até o do despertamento da
consciência. Há júbilos e ansiedades, esperanças e movimentação, torna-se um
expediente de vida.
Naturalmente, durante o trânsito carnal, o ser
querido não fica nas sombras do mundo, por parte daqueles que se
responsabilizam pelo seu progresso e aprendizado, sendo preservados os vínculos
da afetividade e mantidos os estímulos para o encorajamento e a realização das
tarefas com as quais se comprometeu.
Da mesma forma, após a desencarnação,
permanecendo os laços, ora mais estreitos do amor, em intercâmbio psíquico
intenso e mediúnico, quando as oportunidades se revelam propiciatórias.
A vida, pode, pois, se exprime
na morte durante o mergulho carnal e na libertação, após o decesso
celular.
O corpo é indumentária de que o Espírito se utiliza
para finalidades específicas, de caráter transitório a sua duração, com
possibilidades de torná-la mais longa, sem os perigos de carregar-lhes os
desgastes e complicações decorrentes de seu uso.
Elaborada para seu período próprio, a
organização celular está sujeita a renovação como a deperecimento, tendo-se em
vista a necessidade salutar de uma ou de outra concessão, sempre examinada com
critério por venerandos programadores espirituais dessa atividade.
Morrer, portanto, em determinadas
circunstâncias e ocasiões, constitui merecimento , enquanto que ficar ao corpo
em situações especiais, representa falta daquele, uma quase punição para o
Espírito rebelde, que assim tem as suas disciplinas ampliadas e os limites
mantidos.
Desse modo, enquanto o homem se encontre na
Terra, deve envidar todos os esforços para lograr a liberdade, despindo-se do
envoltório carnal, a fim de retornar à vida plena e vibrante, superando o
paradoxal apego à matéria, que o leva, não raro, conforme enunciamos, a pedir
aos vivos que o mantenham morto.
(ditado pelo Espirito Lourival Perri Chefally, através da
mediunidade de Divaldo Pereira Franco. Livro "Em Louvor À Vida")
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