A primeira vez em que vi Você, eu não
estava preparado.
Porque eu imaginava que só um
grande mestre é que poderia vê-lo.
E, no entanto, ali estava
Você, bem na minha frente, como um velho amigo.
Ah, meu amigo, eu sempre
pensei que o seu olhar fosse abrasador.
Mas, Você me olhou de forma
tão pura, como quem olha para uma criança.
E dos seus olhos emanava uma
doçura sem igual, serena e lúcida.
E isso me assustou. Porque eu
era imaturo para compreender a sua simplicidade.
E minha mente estava cheia de
conceitos sobre como Você era o Iluminado.
Por isso me choquei; porque a
sua profundidade estava na sua simplicidade.
Porque Você veio como um amigo
querido, não como um mestre.
E não havia devas*
voando à sua volta. Só havia Você e seu Amor silencioso.
Eu era tão imaturo! E Você
sabia – e, mesmo assim, Você me compreendeu.
Eu queria ter um samadhi!**
Mas as estrelas que vi estavam em seus olhos.
E eu, bobo, não tive coragem
de receber o seu presente, e corri assustado.
Porque, só de ver Você já era
um presente.
Mas eu não aguentei o seu Amor
em mim.
E fugi, com o coração
despedaçado... E gritei perdido na noite de mim mesmo.
E Você se foi, pois sabia que
ainda não era a hora, e que o tempo acertaria tudo.
E, depois, eu me envergonhei
tanto. E voltei, mas Você já tinha ido embora.
Então prometi a mim mesmo que
cresceria e o encontraria novamente, algum dia...
E o tempo passou, como sempre
faz... E eu estou aqui, lembrando-me de Você.
Lembrando-me do seu olhar
doce. E de como eu era bobo e imaturo, e não sabia.
Hoje, é outro tempo, em outra vida,
e eu ainda sou bobo, mas agora eu sei disso!
E, em várias ocasiões, eu
senti o Seu Abraço silencioso, por entre os planos...
Sim, eu senti o seu Amor - e
também vi Você abraçando secretamente o mundo.
E meu coração sentiu como Você
absorvia a dor de muitos - e os abençoava...
E de como Você transformava o
sofrimento da humanidade em pétalas de luz.
E depois as fazia choverem,
invisivelmente, no mundo dos homens tristes.
Ah, meu amigo, eu ainda sou
aquele bobo de antes, mas agora eu não tenho medo.
Talvez eu tenha melhorado um
pouco, não sei, mas Você sabe. E eu sinto Você...
Como agora, quando o meu
coração me mostra o seu doce olhar - entre os planos...
E eu Vejo, em espírito,
miríades de seres sendo abençoados dentro desse olhar.
E eu não corro mais, nem quero
samadhi algum - nem preciso que Você venha aqui.
Porque Você está dentro do meu
coração. Sempre esteve... Apenas eu não sabia.
E naquela vida, lá atrás, Você
deve ter rido muito quando eu corri com medo.
E hoje, eu mesmo rio tanto
disso... E, mesmo ainda sendo bobo, eu compreendo.
Ah, meu amigo, eu vejo o seu
olhar sereno, e continuo me sentindo igual criança.
Então, eu saio na varanda e
olho o céu noturno da cidade, que está nublado.
Mas eu vejo estrelas, sei lá
como. E elas estão dentro do meu coração.
E eu fico quietinho, pensando
em Você abraçando e abençoando a humanidade.
Sim, eu fico quietinho, orando
em silêncio e pegando uma carona com Você.
E vou olhando o mundo, como o
Amor olha... Em silêncio, serenamente.
Ah, Buda, eu não corro
mais! Agora eu viajo junto na doçura do Seu Olhar...
E o céu fica lindo, cheio de
estrelas, porque eu vejo pétalas de luz caindo...
E eu fico aqui, com o Seu
Olhar refletido nos meus olhos, na cheia do Amor...
Enquanto Você absorve a dor do
mundo e faz chover pétalas de luz secretamente.
P.S.:
Ah, Buda, eu ainda sou bobo,
Você sabe.
Mas Você me olhou como um
velho amigo.
E, agora, mesmo bobo, eu
compreendo.
Iluminação é Amor consciente!
Amor que abraça.
Que nada julga.
Que ama serenamente.
E que compreende os bobos que
correm...
Ah, Buda, Você deve ter rido
tanto.
(Dedicado aos mentores espirituais,
de todas as linhas, que viajam por entre os planos, em meio às pétalas de luz
que descem do céu, sempre ajudando a todos, sem aparecer, por obra e graça de
um Grande Amor.)
Om Mani Padme Hum!***
Com Gratidão.
Paz e Luz.
- Wagner Borges * – ainda bobo, mas
melhorando... Sempre!
- Notas:
* Devas – do sânscrito –
divindades; seres de luz; anjos; seres celestes.
** Samadhi – do sânscrito -
expansão da consciência; estado de consciência cósmica.
*** Om Mani Padme Hum - do
sânscrito - sua tradução literal é: “Salve a jóia no lótus”. Esse é um mantra
de evocação do boddhisattva da compaixão entre os budistas tibetanos e
chineses. Om é a vibração do TODO. Mani é a "Jóia espiritual que mora no
coração"; ou seja, é o próprio Ser, a essência divina. Padme / Lótus é o
chacra cardíaco que envolve, energeticamente, essa jóia sutil. Hum é a vibração
dessa compaixão do TODO vertendo a luz pelo chacra cardíaco em favor de todos
os seres.
Esse mantra é mais conhecido
como o "mantra da compaixão". É um dos mantras mais poderosos que
conheço. Pode ser concentrado, mentalmente, dentro do peito – como se a voz
mental estivesse reverberando ali –, ou dentro de qualquer um dos chacras que a
pessoa desejar ativar. No entanto, o melhor lugar para ele é realmente o chacra
cardíaco, pois o que chega ali é distribuído para todo o corpo, pela circulação
do sangue comandada pelo coração, e também a todos os outros chacras do corpo
energético.
O chacra frontal, na testa,
também é excelente para a prática desse mantra, pois o que chega nele é
distribuído ao longo da coluna pelos nádis – condutos sutis de transporte
energético pelo sistema –, e comunicado a todos os outros chacras abaixo dele.
Esse é o motivo pelo qual vários mestres iogues sempre aconselham aos seus
discípulos iniciar alguma prática bioenergética por ele.
Um livro excelente sobre isso
é o do pesquisador iogue japonês Hiroshi Motoyama, "Teoria dos
Chacras", pela Editora Pensamento.
Eis alguns CDs maravilhosos
que contêm esse mantra:
- Laíze, com a participação de
Áurio Corrá nos teclados e arranjos - CD. "OM", pela Gravadora Lua
Music – Brasil - A segunda faixa desse disco é um canto de amor e faz um bem
enorme ao chacra cardíaco. É amor em forma de ondas sonoras.
- CD. "Tibetan
Incantations - The Meditative Sound of Buddhist Chants", pela Gravadora
Music Club, Série 50050 – England - A segunda faixa é de uma profunda alegria e
melhora o humor do ouvinte. É alegria em forma de ondas sonoras. A terceira
música é o mantra Om Mani Padme Hum cantado a capela pelos monges tibetanos.
Esse álbum tem 74 minutos de música.
- CD. "Six-Word Mantra of
Avalokitesvara - The Avalokitesvara Boddhisattva Dharma Door Vol. ll",
pela Gravadora Wind Records, Série TCD – 2109 – E.U.A. - Esse CD foi feito por
músicos chineses e direcionado para a cura de órgãos internos pelo mantra Om Mani
Padme Hum. Entretanto, como a pronúncia é chinesa, o mantra fica Om Mani Pa Me
Hung. Seu efeito é bem forte. Nesse trabalho, o lance é mais de energia do que
de amor. É vitalidade em ondas sonoras.
- Beijing Central Juvenile
Chorus - CD. "Wingsong of The Lotus World", pela Gravadora Wind
Records, Série TCD – 2152 – E.U.A. - Esse disco é cantado por um coro juvenil
chinês. Aqui o Avalokitesvara, criador do mantra Om Mani Padme Hum –
representado pelos chineses na figura da Deusa da compaixão
"Kuan-Yin" –, é reverenciado em um belo canto que encanta o coração
do ouvinte sensível. Esse disco é paz em ondas sonoras.
- Buedi Siebert – CD. “Om Mani
Padme Hum”, pela Gravadora Real Music, Série RM – 4040 – E.U.A. – Esse CD
contém diversas versões do mantra Om mani Padme Hum. É excelente para momentos
de prece, práticas meditativas, práticas de Ioga e momentos de inspiração e
conexão espiritual.
- Fan Li-bin – CD. “Sound From
the Cosmos”, pela Gravadora Wind Records, Série TCD – 2112 – E.U.A. – Nesse
trabalho de fortes vibrações, Fan Li-bin, vocalista nascido em Taiwan e exímio
praticante de mantras, procurou realizar uma conexão espiritual do mantra Om
Mani Padme Hum com os chacras. Aqui a pronúncia do mantra é cantada como Om Ma
Ni Pa Mei Hum.
- Craig Pruess – CD. “Sacred
Chants of Buddha”, pela Gravadora Heaven on Earth Music, Série HOEM – 12 –
England – A terceira faixa deste CD é uma versão do mantra Om Mani Padme Hum
elaborada para profundo relaxamento psicofísico.
☼ Wagner Borges – nascido no Rio de Janeiro em setembro de 1961 – é pesquisador espiritualista, projetor extrafísico, conferencista, consultor da Revista UFO e colaborador de várias outras revistas como, Sexto Sentido, Espiritismo e Ciência, Revista Cristã de Espiritismo, Caminho Espiritual, e também do Jornal O Legado.
É escritor - autor de onze livros dentro da temática projetiva e espiritual, dentre eles a série “Viagem Espiritual”, sobre as experiências fora do corpo.
É colunista de vários sites na Internet: SomosTodosUm -www.somostodosum.com.br, Revista Sexto Sentido:www.revistasextosentido.net/wagner-borges/, IPPB:www.ippb.org.br, dentre outros.
É radialista – apresentador do programa “Viagem Espiritual”, na Rádio Mundial de São Paulo – 95.7 FM.