Se eu citar Jesus e seus ensinamentos e, até
pregar em seu nome, mas não respeitar a crença dos outros, tudo isso de nada
adiantará.
Se eu admirar Krishna e cantar mantras e
louvores ao divino, mas não tiver amor pela vida, então estarei perdido em mim
mesmo.
Se eu meditar profundamente e falar dos
ensinamentos dos rishis**, mas não vir o divino em tudo, nada serei realmente.
Se eu seguir os ensinamentos de Buda e, até
pregar em nome do iluminado, mas não praticá-los nas lides da vida cotidiana,
então tudo continuará em trevas dentro do meu coração.
Se eu falar dos ensinamentos dos mestres, ou dos
mentores espirituais, mas não viver com alegria nem me apaixonar pelo Todo, com
certeza terei perdido o tempo de vida e suas experiências.
Se eu falar de Shiva, mas não transformar o meu
ego em servidor da Luz, de que adiantará?
Se eu falar dos santos, dos boddhisattvas***,
dos avatares, ou mesmo dos anjos, mas ainda carregar violência em meu coração,
tudo permanecerá estranho dentro de mim.
Se eu falar da Luz, mas carregar maldade em meus
anseios e portar as faixas escuras do ódio no coração, então andarei em trevas.
Se eu falar da Mãe Divina e de sua doçura
incondicional, mas projetar as farpas do egoísmo e da maledicência sobre os
outros, estarei em miséria consciencial.
E se eu estudar os temas conscienciais, mas
permanecer cheio de medo diante do invisível e ainda temer as provas do
caminho, então só restarão as cinzas de minha ignorância diante do meu olhar de
impotência.
Mas, se mesmo diante das dificuldades, eu
assumir o comando de minha consciência e melhorar o que penso, o que sinto e o
que faço, então serei eu mesmo melhorado.
E essa é a grande riqueza que alcançarei: eu
mesmo melhorado!
Não é o que acredito que faz o que eu sou. É o
que eu sou, realmente, que me faz como sou.
Por todo tempo, por onde eu for, seja com quem
for, que seja eu mesmo, sempre melhorado, sempre aprendendo...
Maravilha das maravilhas, eu mesmo, sempre
feliz.
P.S.:
De que adiantam as vitórias efêmeras no mundo,
se, por dentro, na casa do coração, reina a desordem e a agitação?
De que adianta ter um corpo lindo, se a alma é
pequena e cinzenta?
De que vale encher a cara de bebida, se, por
dentro, tudo está ressecado e sem brilho?
De que adianta deitar com alguém na cama, se o
coração não chama e o pensamento/sentimento voa para longe, para outro coração?
De que adianta ser arrogante por fora, se, por
dentro, o medo de viver corrompe os melhores potenciais do ser?
De que adianta falar de Amor, sem amar
realmente?
De que adianta "viver sem viver", só
se arrastando, sem outros horizontes?
De que adianta a um homem ganhar o mundo, se ele
perder sua alma?
Paz e Luz.
- Wagner Borges - sujeito com qualidades e
defeitos, mestre de coisa alguma e discípulo de coisa nenhuma, que sempre
agradece ao Todo, por tudo. São Paulo, 02 de maio de 2007.
- Notas:
* Viveka - do sânscrito
- discernimento espiritual.
** Rishis - do sânscrito
- sábios espirituais; mentores dos Upanishads.
*** Bodhisattvas - do
sânscrito - são aqueles seres bondosos que estão perto de se tornarem Budas ou
Iluminados. Para facilitar a explicação, podemos dizer que eles são canais
espirituais ou avatares conscientes do amor de todos os Budas.
Para ver vídeos e ouvir áudios acesse a sessão do Wagner Borges em nosso Exclusivo Canal Sol do Everest no Youtube - www.youtube.com/playlist?list=PLFC3C6B292A9EE691
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